Covardes emocionais; o reflexo de uma geração dominada pelo medo e frustração.
Olá à todos!
Como estão?
Estimo que bem.
Hoje trago uma abordagem textual diferente, uma breve reflexão sobre padrões comportamentais que ao meu ver estão cada vez mais difundidos nas gerações atuais. Esse texto/reflexão tem sido motivo de ponderação em meus pensamentos há um tempo considerável, entretanto, por motivos diversos, só agora obtive a oportunidade de vir até aqui escrever mais sobre.
Pouco se observa, mas cada vez mais estamos "criminalizando" e "demonizando" os comportamentos normais da natureza humana, uma espécie de castração emocional e psicológica, que tem por objetivo barrar tudo aquilo que sentimos no nosso íntimo, para se dizer o mínimo. Mas o que exatamente está por traz dessas condutas? Uma geração que se esquiva, foge a todo custo de ter que lidar com os sentimentos, sobretudo aqueles que emergem das profundezas da psíque, aqueles que colocam em dúvidas nossos valores e princípios adotados até então. O que tem feito esse geração ter tanto medo da vulnerabilidade? Indivíduos cada vez mais agarrados ao medo, no lugar, optam pelo pavor e disseminação de comportamentos que beiram ao ridículo (na verdade, se aproximam da liquidez proposta por Zygmunt Bauman e reproduzir um modus operandi criterioso), a evasão de conflitos, sem analisar que a verdadeira síntesa da vida é a constante dos conflitos. Um compartilhamento coletivo de que, as conversas e resoluções são desnecessárias, uma vez que estão sendo ensinados a vestir a armadura da indiferença (atreladado ao medo da vulnerabilidade). Os covardes emocionais sempre irão pela via mais "fácil", irão ter preferência pelo silêncio, porque a tamanha covardia os impede de lidar com suas próprias cargas emocionais, no lugar disso, é mais fácil deixar com que o outro tire suas próprias conclusões, carregue sozinho o peso dos porquês e do próprio fim. E é aí que a covardia emocional mostra sua face mais cruel: ela não é só uma autoproteção. Ela também é, muitas vezes, uma forma de desumanizar o outro.
O processo de crescimento emocional, anda em conjunto com o aprendizado na relação com os desconfortos. Nem tudo é confortável, pelo contrário, a vida é repleta de desconfortos e todos os dias devemos trabalhar nossa intrepidez para lidar com eles (ao menos é assim que deveríamos fazer). Se não fosse assim, então qual seria exatamente o sentido da nossa jornada aqui? Senão o desconforto da alma, que nos faz estar em constante metarmofóse. Entender que sentimentos não são inimigos. Que conversas difíceis são necessárias. Que honestidade não é crueldade, mas sim cuidado. Porém, nem todos estão aptos para esse último, nem todos são dotados para o cuidado com o outro, pois isso é uma virtude, normalmente intrínseca no indíviduo desde a sua construção moral e principíológica.
A coragem de sentir
Ser emocionalmente corajoso não significa não sentir medo. Significa sentir e, ainda assim, enfrentar. Pedir desculpas. Encerrar ciclos com respeito. Expressar dúvidas e desejos sem manipular. Assumir responsabilidade afetiva. Cuidar de si sem abandonar o outro no processo, praticar a empatia com bravura. Porque no fim das contas, querer estar em convivío com outros semelhantes a nós, exige que tenhamos essa maturidade, de reconhecer em nós os erros e também no outro, analisar que aqui, estamos refletindo igualmente no outro, assim como um espelho, ou melhor, um reflexo de fato. Todos estão dotados de sentimentos (até mesmo os covardes, que optam por não assim demonstrar), todos estão dotados de falhas (e isso também inclui os covardes, sobretudo, pois esses normalmente estão cegos pela covardia iminente). Mas nem todo mundo escolhe encarar isso de frente. E é essa escolha que diferencia alguém que está tentando crescer de alguém que só está fugindo, flertando com um caminho feito em areias movediças e se enforcando com a própria corda.
Qual será o pior fim para os covardes emocionais?

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